No mês de Junho, o Cine Sem Tela explora a cinematografia da temática prisional.
Seja no sentido metafórico com da prisão física.A idéia de prisão no cinema: A prisão do corpo. A prisão da alma. A prisão da mente.
A prisão do corpo. A prisão da alma. A prisão da mente. A ideia da prisão, tanto no seu sentido literal quanto metafórico, inspirou dezenas de filmes ao redor do mundo, sendo objeto de estudo de grandes diretores, atores e roteiristas. Talvez o fascínio pela ideia se deva ao fato de que ela ser a antítese de um dos mais caros valores humanos, a liberdade. Sim, pois aqui a liberdade é sempre o objetivo final, cuja busca pode ser tanto motivo de redenção quanto de destruição para os personagens.
No mês de Junho, o Cine Sem Tela explora a cinematografia da temática prisional para levar ao espectador a dor, a angústia e a loucura despertas pelo cárcere. Serão quatro filmes que mostrarão as diversas formas de aprisionamento às quais o corpo e mente humanos são submetidos, muitas vezes um acompanhado do outro.
Aliado a temática o cineclube exibe curtas tocantinenses antes dos longas – metragem .
Ja foram exibidos Papilon (Fic.1973) uma elegia à liberdade e o curta tocantinense Cânticos dos Degraus,documentário sobre a ARAP, uma associação de amparo às famílias e recuperação de ex-presidiários, produzido por Rodrigo Gomes e Daniel Falcão e Roberto Giovanetti com a grande ajuda de André Araújo. Ficou em segundo lugar, pelo júri popular, no Festival de Cinema de Palmas, o CHICO.
E confira os próximos filmes da programação:
Neste domingo dia 12 de junho teremos Um Estranho no Ninho, filme clássico de Milos Forman que narra a história de um prisioneiro metido a esperto que finge ser insano para fugir do trabalho na prisão. Porém, ao ser transferido para um hospício, ele não encontra um grupo de pessoas doentes e loucas, e sim homens sãos que se encontram aprisionados em si mesmos, aos quais ele tenta reensinar o prazer e a simplicidade da vida. Filme ganhador de cinco Oscars, de Melhor Filme, Roteiro Adaptado (Lawrence Hauben, Bo Goldman), Diretor (Milos Forman), Ator e Atriz Principais (Jack Nicholson, Louise Fletcher).
E antes do segundo longa teremos a exibição do curta-metragem Cinema de bolso, documentário dirigido por Alan Russel Gontijo, conta como o audiovisual transformou a vida de Merc Miranda . Oriunda de um assentamento rural, Merck hoje é professora do projeto Telinha de Cinema e diretora do curta Todas as línguas.
O terceiro filme da programação é o Dez será exibido dia 22 de junho. O filme do cineasta iraniano Abbas Kiarostami leva o espectador a concentrar-se em dez conversas entre uma motorista em Teerã e os passageiros em seu carro. Suas conversas com seu filho, uma noiva abandonada, uma prostituta, uma mulher a caminho de oração e outros, lançam luz sobre a vida e emoções dessas mulheres cujas vozes raramente são ouvidas na sociedade iraniana machista e ultraconservadora.
E o curta- metragem que acompanha o filme Iraniano é o Under the raibow - Documentário do grande cineasta tocantinense André Araújo que ilustra a primeira parada Gay de Palmas.
Na última sessão do mês no dia 26 em cartaz o curta tocantinense Fuga, uma produção de Mateus Vinicius e Saulo Moura.O único curta-metragem de ficção do mês de Junho parte para uma viagem transcendental cercada de desencontros.
Por fim, encerramos a programação do mês com o filme brasileiro Bicho de Sete Cabeças. No longa-metragem, acompanhamos Neto (Rodrigo Santoro), um jovem de classe media baixa que não tem um bom relacionamento com seu pai, Wilson (Othon Bastos). Enquanto Neto é um adolescente em busca de emoções e liberdade, Seu Wilson despreza o mundo do filho, o que só aumenta a distância entre os dois. A ruptura entre os dois ocorre quando Wilson interna o filho em um manicômio depois de encontrar um cigarro de maconha em seu bolso. Lá, Neto conhece uma realidade absurda e desumana, onde os internos são devorados por um sistema corrupto e cruel.
Texto : Pablo Phillipe e Lorena Dias