Em agosto no Cine SemTela, o cinema mergulha em outras artes e superdimensiona a função da arte.
E neste domingo, 12, exibiremos os curtas tocantinenses "Enquanto Dure" de Inaê Lara Ribeiro e " A busca" de Daniel S. C. Silva e
o longa metragem que traz a dança para o nosso mês da arte: All That
Jazz, Direção: Bob Fosse.
O filme é um relato semi-autobiográfico da vida do
escritor/diretor/coreógrafo Bob Fosse, vencedor do Oscar, do Tony e do
Emmy. No filme ele sofre um enfarte e, com a vida por um fio, revê
momentos do passado, transformando-os em sua imaginação em números
musicais. Sua atenção é disputada por quatro mulheres: a namorada, a
ex-esposa, a filha e a morte.
Abraços esperamos todos vocês lá!
Confira a crítica do filme no Blog cineroad clássificado como muito bom:
"O ÚLTIMO ENSAIO
It's show time, folks!
Antes da morte, o adeus. O adeus sob a forma de vida. All That Jazz - O Espectáculo Vai
Começar não é senão o 8 1/2 de Bob Fosse.
Entre a comédia e a tragédia, flui a audácia e a extravagância, a complexidade na leitura e a concretização de uma narrativa nada convencional. As sequências musicais intensificam-se,entre o cinema e o teatro, entre o palco e o hospital, entre o sonho e a realidade e a auto-consciência ficcional da obra. A extraordinária montagem de Alan Heim coreografa e determina as próprias cadências do filme, conferindo-lhe um ritmo contagiante.
As repetições, nomeadamente, marcam as transições entre os actos, ao som do Concerto em Sol
Maior de Vivaldi. E Lange, como lightspot da beleza feminina, está para Fosse como Cardinale para Fellini. Joe Gideon, por sua vez, surge-nos como o Guido do show business americano.
Gideon (Roy Scheider, numa performance brilhante) é um homem de vícios e de paixões fortes: as mulheres, as anfetaminas, os cigarros e o trabalho. A música e a dança - o suor, os corpos e o movimento -, o delírio da entrega. Os excessos de uma vivência levada ao limite. Genial na profissão, obcecado por sexo e tão instável no percurso pessoal, Joe Gideon, o perfeito alter-ego do próprio Bob Fosse, que aqui assina a realização e as coreografias, e que com o argumento, claro está, desenvolve uma inspirada e ousada semi-autobiografia. Take Off With Us (Air-otica, que erotismo!) e Bye Bye, Life apresentam-se como as sequências mais retumbantes e memoráveis do filme, assim como as alucinações durante a cirurgia do protagonista: After You've Gone, There'll Be Some Changes Made, Who's Sorry Now e Some of these Days.
A esmerada direcção artística (Philip Rosenberg, Gary J. Brink e Edward Stewart), aliada à criteriosa iluminação, formulam um requinte visual que ressoa eficazmente no trabalho fotográfico de Giuseppe Rotunno."
No final, não o circo como no clássico italiano de 1963... mas o mais estrondoso espectáculo
de que há memória. A despedida, o adeus para sempre...
Eis, pois, efeverscente e refrescante, um inimitável pedaço de cinema. Espectacularmente
bem filmado."
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